segunda-feira, 3 de julho de 2023

 

QUATRO VERDADES FUNDAMENTAIS DA FÉ CRISTÃ

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.”  (Hebreus 9:27 e 28)

Podemos extrair desse texto quatro grandes verdades: Todos vão morrer uma única vez; Depois da morte vem o juízo divino; Cristo morreu uma única vez para tirar os pecados de muitos; Cristo aparecerá, segunda vez, para os que o aguardam para a salvação. Essas verdades constituem a essência da fé cristã e da verdadeira religião cristã evangélica.

TODOS VÃO MORRER UMA ÚNICA VEZ

O espiritismo, o budismo, o hinduísmo, a umbanda e outras religiões ensinam, contrariamente à Palavra de Deus, que a alma humana inicia uma nova existência após a morte física, reencarnando em outro corpo. Satanás usa essas crenças para que as pessoas não saibam a verdade sobre a morte. A Bíblia diz que esta vida física será cessada com a morte. Deus ordenou que os homens morressem por causa do pecado, e a morte acontece uma única vez. Daí a necessidade de se preparar para a morte porque depois vem o juízo.  

DEPOIS DA MORTE VEM O JUÍZO DIVINO

Esse juízo é a prestação de contas de todas as palavras, pensamentos e ações praticados durante a vida terrena. “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” (Romanos 14:12) O juízo de Deus trará dois resultados: perdão e justificação ou reprovação e condenação. Ninguém escapará desse juízo, e Cristo será o juiz. Isso é muito sério, não é conto da carochinha, lenda ou balela, mas a verdadeira Palavra de Deus. 

CRISTO MORREU UMA ÚNICA VEZ PARA TIRAR OS PECADOS DE MUITOS

Deus, através de Cristo, já realizou o ato de redenção. Cristo já pagou o preço do resgate com o seu próprio sangue. A carta aos Hebreus destaca a morte sacrificial de Cristo “Mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.” (Hebreus 9:12b)  Com sua morte Cristo estabeleceu uma Nova Aliança, da qual participam todos os pecadores arrependidos e perdoados. O sangue de Cristo aniquilou para sempre todos os pecados, portanto o pecado não tem mais domínio sobre aquele que está em Cristo Jesus “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim da graça.” (Romanos 6:14)

CRISTO APARECERÁ, SEGUNDA VEZ, PARA OS QUE O AGUARDAM PARA A SALVAÇÃO

Na sua primeira vinda Cristo lidou com o pecado, se fez pecado por causa da humanidade caída “Aquele que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Coríntios 5:21) Na sua segunda vinda virá com um propósito diferente: consumar a salvação “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna.” (Romanos 6:22)  Há três tempos na salvação: libertação do pecado pela morte de Cristo (passado); transformação para frutificação e santificação no Espírito Santo (presente); e consumação da salvação quando Cristo retornar (futuro).  

Ao conhecer essas verdades, devemos buscar a santificação e se preparar para a morte ou para o aparecimento de Cristo – o que primeiro ocorrer, mas se continuarmos pecando conscientemente, mesmo após termos sido alcançados pela graça de Deus através de Cristo, permaneceremos sob a ira de Deus e sujeitos à condenação no dia do juízo.

Não é isso que Deus deseja para mim e para você!

A Deus toda a glória!

Jairo S. Filho

Citações da Bíblia Tradução de Almeida Revista e Atualizada no Brasil.


domingo, 7 de maio de 2023

 


A S   M A R C A S   D O   A M O R

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias de menino. Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, então veremos face a face; agora conheço em parte, então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém o maior destes é o amor.” (I Coríntios 13:1-13)

O apóstolo Paulo escreveu aos crentes de Corinto, cidade grega, esse belo hino de louvor ao amor, é “a coisa mais grandiosa, mais vigorosa e mais profunda que Paulo jamais escreveu”. Nos capítulos doze e quatorze da carta Paulo trata dos dons, mas no capítulo treze vai mostrar “um caminho sobremodo excelente” – o caminho do amor. O conceito de amor no Novo Testamento tem conotação com o amor sacrificial demonstrado por Cristo na cruz, amor, ao ponto de entregar a sua própria vida por seus amigos. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar a própria vida em favor dos seus amigos.” (João 15:13) Nenhuma língua falada, tanto no céu quanto na terra, se compara à linguagem do amor. Sem amor, as palavras soam como o gongo ou tinem como o sino.

Os dons citados no texto línguas, profecia, ciência, fé e doação: as línguas faladas pelos homens e pelos anjos; a profecia inspirada pelo Espírito Santo; os mistérios revelados por Deus; a ciência compreendendo a sabedoria humana e a divina, revelada por Deus; a fé, um dom especial do Espírito para a realização de milagres, e doação a entrega dos bens ou até o próprio corpo para ser queimado, porém nada disso terá proveito sem amor. Só o amor enriquece e dá valor ao dom, qualquer dom desprovido de amor não passa de barulho. Todos os dons  passarão, mas o amor permanecerá.

O amor é paciente, reage com bondade nas situações adversas, não é ciumento, nem orgulhoso, não se porta de forma desonrosa e indecente; é a antítese do egocentrismo, não se irrita, não é melindroso e pensa o melhor das pessoas; não se alegra com a maldade humana, mas com a verdade. O amor apaga tudo aquilo que no outro é desagradável, não retém a fé, não se estriba na dúvida, traz ideia de constância e nunca desiste. Jamais se extingue.

Todo conhecimento acumulado pela humanidade é parcial. Deus revelou apenas o necessário, mas quando chegar a consumação então o que é parcial será aniquilado. No céu, com Cristo, compreenderemos todas as coisas.

Três coisas são importantes: a fé, a esperança e o amor, mas este é o maior.

“Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo.” (II Coríntios 5:9) Cristo encarnou o verdadeiro amor, se dando, se entregando por nós. Após ter ressuscitado, Jesus apareceu algumas vezes para os seus discípulos, e numa dessas vezes Tomé não estava, quando lhe contaram não acreditou e disse “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei.” (João 20:25) E quando Cristo apareceu novamente aos seus discípulos, estando Tomé  presente  tocou nas marcas das mãos e do lado do Mestre.

As marcas de Cristo permanecerão em seu corpo; alguém disse que será a única imperfeição no céu, e isso para que o grande amor de Deus revelado através de Jesus Cristo seja lembrado por toda a eternidade.

A Deus toda a glória!  

JSF

Citações da Bíblia Tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil.

         


sábado, 2 de julho de 2022


 

       É PRECISO TOMAR UMA DECISÃO



          Josué o grande líder do povo de Israel, sucessor de Moisés, pouco antes da sua morte reuniu todas as tribos de Israel em Siquém, suas autoridades, seus líderes, seus juízes e seus oficiais, e lhes transmitiu o que dissera o Senhor a respeito de tudo o que fizera por eles, por seus antepassados, desde o chamado de Abraão até aqueles dias com a conquista e posse da terra de Canaã. Após lhes narrar os grandes feitos do Senhor, Josué apela ao povo para que sirvam ao Senhor, ratificando assim a sua aliança com Israel: “Agora temam o Senhor e sirvam-no com integridade e fidelidade. Joguem fora os deuses que os seus antepassados adoraram além do Eufrates e no Egito, e sirvam ao Senhor. Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor”. (Josué 24:14,15) Josué disse ao povo que era preciso temer e servir ao Senhor com integridade e fidelidade, e que os deuses de seus antepassados e dos povos daquela terra deveriam ser jogados fora, e declara que ele e sua família haviam decidido servir ao Senhor. Para que pudessem servir ao Senhor, o povo deveria temer, ser íntegro, fiel e abandonar aos falsos deuses. Uma vez confrontado por Josué, o povo respondeu assertivamente: “Então o povo respondeu: Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses! Foi o próprio Senhor, o nosso Deus, que nos tirou, a nós e a nossos pais, do Egito, daquela terra de escravidão, e realizou aquelas grandes maravilhas diante dos nossos olhos. Ele nos protegeu no caminho e entre as nações pelas quais passamos. Além disso, o Senhor expulsou de diante de nós todas as nações. Inclusive os amorreus, que viviam nesta terra. Nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus”. (Josué 24:16-18) Então Josué advertiu o povo: “ Vocês não têm condições de servir ao Senhor. Ele é Deus santo! É Deus zeloso! Ele não perdoará a rebelião e o pecado de vocês. Se abandonarem o Senhor e servirem a deuses estrangeiros, ele se voltará contra vocês e os castigará. Mesmo depois de ter sido bondoso com vocês, ele os exterminará”. (Josué 24:19,20) Josué relata três tempos do povo de Israel: o passado com o chamado de Abraão, a libertação do Egito, a condução pelo deserto e a posse da terra de Canaã; o presente com a decisão de servir ao Senhor, entregar-se a ele e adorá-lo; e o futuro com certeiro castigo e destruição se abandonassem ao Senhor para servirem a outros deuses. 

          Hoje, eu e você, também precisamos tomar essa mesma decisão, e uma vez tomada devemos confirmá-la. Estamos sob a Nova Aliança no sangue de Cristo Jesus, e nem por isso não seremos confrontados pelo Senhor, pois ele é Deus santo e zeloso, e requer de nós integridade, fidelidade, e exclusividade como único Deus.

O QUE JÁ ACONTECEU - PASSADO: “Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Efésios 1:4) “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1), “Deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2:5,6)

O QUE PRECISA ACONTECER - PRESENTE: “Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem é a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:22,23), ”Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne” (Gálatas 5:16), “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês” (Romanos 12:1)

O QUE PODERÁ ACONTECER - FUTURO: Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gálatas 6:7,8),“Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos. Porque, se a mensagem transmitida por anjos provou a sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvaçãoEsta salvação, primeiramente anunciada pelo Senhor, foi-nos confirmada pelos que a ouviram” (Hebreus 2:1-3)

          A graça de Deus revelada através de Cristo Jesus é oferecida a todos. Se crermos e aceitarmos a Cristo, seremos justificados pela nossa fé; a justificação nos leva à santificação pelo Espírito Santo, nos capacitando para oferecer “em sacrifício vivo, santo e agradável”, um culto racional  a Deus. Quando a graça de Deus nos alcança, somos salvos e tomamos posse da vida eterna, mas se permanecermos no pecado, não escaparemos do juízo de Deus. 

           É preciso tomar uma decisão! Você quer?


           A Deus toda a glória!


Citações da Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional


segunda-feira, 31 de maio de 2021

 


O DISCÍPULO DE CRISTO

Tornar-se discípulo de Jesus Cristo é o mais importante e desafiador compromisso pessoal que alguém pode ter durante a vida e que será, também, o aspecto mais visível da sua espiritualidade. Daí a frase: “Seguir Jesus: O mais fascinante projeto de vida.”(1) O convite para segui-lo é universal e atemporal “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:28-30)

Dietrich Bonhoeffer, pastor e teólogo alemão, participou da resistência alemã ao nazismo durante o período da Segunda Guerra nos anos de 1939 a 1945; fundou a Igreja Confessante, que se opôs ao nazismo; foi professor e reitor de seminário até ser este fechado pelos nazistas; e foi preso em 1943 por um ano e meio até ser enforcado em 9 de abril de 1945, algumas semanas antes do término da guerra. Os biógrafos de Bonhoeffer dizem que ele viveu uma vida totalmente em Cristo, pois considerava que a vida cristã é a vida no discipulado de Jesus. Pouco antes de sua morte escreveu “Tenho a impressão de que a minha vida – por mais estranho que isso pareça – transcorreu de maneira totalmente coerente e sem rupturas, ao menos no tocante à maneira exterior de como a conduzi. Foi um enriquecimento ininterrupto da minha experiência, pelo qual realmente só posso ser grato. Se meu estado atual fosse a conclusão da minha vida, então isso teria um sentido que eu acreditaria entender.”(2)

Muitos livros foram escritos sobre o tema discipulado cristão: O Discípulo(3), Discipulado na Igreja Local(4), Discipulado(5) e tantos outros, todos eles interessantes e sugestivos por apresentarem princípios e métodos para o discipulado baseados na Palavra de Deus, entretanto nenhum deles esgota todas as implicações bíblicas do verdadeiro discipulado. Não pretendo fazê-lo também, mas vou discorrer sobre quatro implicações inerentes ao discipulado: atender ao chamado, identificando quem nos chama; seguir ao que nos chamou; amar ao que nos chamou e viver com aquele que nos chamou. Bonhoeffer afirmava que o discipulado é um compromisso radical de obediência a Jesus Cristo, mesmo que isso significasse a morte, não apenas da velha natureza, mas do próprio discípulo; denunciou “a graça barata” quando disse "a graça sem discipulado, é a graça sem cruz, é a graça sem Jesus Cristo vivo e encarnado”(6), uma graça que oferece perdão sem arrependimento, comunhão sem confissão de pecados e discipulado sem cruz. Uma graça que não implica em obediência e submissão a Cristo.   

Ricardo Barbosa de Souza, pastor presbiteriano, descreveu que muitos cristãos do século XXI possuem uma fé secularizada, uma moral relativizada, uma ética minimalista e uma espiritualidade privada e narcisista, as quais caracterizam uma graça barata resultante de um cristianismo medíocre e que não expressa a nobreza do reino de Deus.(7)

Quando Jesus diz “Venham a mim”, a aceitação desse convite significa crer nele. Os religiosos fariseus do seu tempo diziam  façam e obrigavam o povo a seguirem Moisés e as tradições, mas a salvação só podia ser encontrada em Jesus. O povo estava cansado e sobrecarregado de religião legalista e imposições humanas. “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim” se trata de uma experiência mais profunda. Em Cristo encontramos descanso – o descanso da entrega e da obediência e recebemos paz – a paz de Deus. Naquele tempo a expressão tomar o jugo significava tornar-se um discípulo. Jesus disse “o meu jugo é suave“, do tamanho certo para cada um dos seus seguidores; “aprendam de mim”, a  aproximação de Cristo e a entrega a ele é um momento crítico do ponto de vista da nossa redenção, mas é o início de um processo que leva a vida toda para ser consumado, e à medida que aprendemos dele encontramos uma paz profunda e passamos a confiar nele mais e mais. O convite de Cristo é atemporal – para todos em todas as épocas. 

A resposta ao chamado de Jesus não é uma confissão oral da fé, mas um ato de obediência. Não existe uma explicação racional do ponto de vista humano para atender ao seu chamado e segui-lo, a única explicação é que o próprio Cristo nos chama. Por ser ele o Cristo, o ungido de Deus, isso lhe dá poder e autoridade para chamar e exigir obediência ao seu chamado. Ele chama ao discipulado porque é o Filho de Deus, condição maior que mestre. Devemos nos tornar seus discípulos não apenas para cumprirmos um projeto de vida cristã, mas porque se não o atendermos não seremos seus discípulos.

QUATRO CONDIÇÕES PARA SER DISCÍPULO DE CRISTO

1 – Atender ao chamado, identificando quem nos chama.

Vejamos o chamado de Pedro: “Caminhando junto ao mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André. Eles lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Jesus lhes disse:  Venham comigo, e eu os farei pescadores de gente. Então eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.” (Mateus 4:18-20) Pedro talvez tivesse sido um discípulo de João Batista e foi levado a Jesus por seu irmão André. Primeiramente foi chamado para ser um discípulo, depois para participar da missão de Jesus e mais tarde para ser um apóstolo e pastor. Pedro conhecia Jesus de ouvir falar, mas quando este o chama, atende prontamente. As circunstâncias do chamado para ser discípulo variam, mas aquele que nos chama é sempre o mesmo. O chamado de Cristo mudou radicalmente a vida de Pedro, de pescador de peixes para "pescador de gente"expressão que não foi inventada por Jesus, mas que era conhecida devido ao seu uso por filósofos gregos e romanos quando persuadiam seus ouvintes.

2  – Seguir aquele que nos chamou.

A resposta ao chamado de Jesus não é uma confissão oral da fé, mas um ato de obediência. Não existe uma explicação racional do ponto de vista humano para atender ao chamado de Jesus e segui-lo, a única explicação é o próprio Jesus Cristo - quem chama. Por Jesus ser o Cristo, ungido de Deus, isso lhe dá poder e autoridade para chamar e exigir obediência ao seu chamado. Jesus chama ao discipulado não por ser o mestre sábio e exemplo de vida, mas porque é o Cristo, o Filho de Deus. Devemos seguir a Jesus não por ser um desejável projeto de vida cristã, mas porque é ele quem chama e se não o atendermos não será possível seguir os seus passos. Ser discípulo de Jesus é sair do previsível para o imprevisível, da segurança para a insegurança, mas também é adentrar para o domínio das possibilidades infinitas.

3 – Amar aquele que nos chamou.

Jesus já havia morrido e ressuscitado quando Pedro e os demais discípulos decidem retornar à antiga condição de pescadores. O lugar é o mesmo - mar da Galileia “Depois disso, Jesus se manifestou outra vez aos discípulos junto ao mar de Tiberíades (mar da Galileia).” (João 21:1) Ali Jesus opera um milagre, pois eles haviam passado a noite inteira sem apanharem peixes e sob as ordens do mestre lançam a rede novamente; depois o mestre come com eles e pergunta a Pedro, por três vezes, se ele ainda o ama (João 21:15-17); aí se dá o segundo chamado de Pedro. O Senhor nos chama mais de uma vez se for preciso. A obediência ao seu chamado acontece em uma relação de amor entre o discípulo e seu mestre. Nas duas primeiras perguntas de Jesus a Pedro a palavra grega usada no texto original é ágape, o tipo mais elevado de amor - amor sacrificial e divino; Pedro responde com phileo - amor de um amigo para outro, afeição.

4 – Viver com aquele que nos chamou.

Pedro se tornou um dos principais apóstolos e viveu por Cristo até sua morte martirizada. Diz a história que morreu no mesmo ano em que Paulo foi decapitado e, segundo a tradição, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. Paulo escreveu “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Romanos 14;7 e 8) e ainda “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (Filipenses 1:21)

O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo atende ao seu chamado, o segue, o ama mais do que tudo e todos, e vive com ele e por ele até a morte.

A Deus toda a glória!

JSF


 Citações da Bíblia Nova Almeida Atualizada – Sociedade Bíblica do Brasil

 Citações: 1- Seguir Jesus: O Mais Fascinante Projeto de Vida, Caio Fábio, Vinde Comunicações; 2- Filme: Bonhoeffer – O Agente da Graça; 3- O Discípulo, Juan Carlos Ortiz, Editora Betânia; 4- Discipulado na Igreja Local, Randy Pope, Editora Ultimato; 5 e 6 – Discipulado, Dietrich Bonhoeffer, Editora Mundo Cristão; 7 - Ricardo Barbosa de Souza, Revista Ultimato 320.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

 

TRIUNFANDO SOBRE A MORTE

 

Nenhum ser humano resiste à morte, que é certeira e inevitável. Alguns evitam falar sobre a morte por considerarem assunto indesejável, e outros ao ouvir a palavra morte dizem "Vira essa boca pra lá." Minha avó Ignez repetia sempre um antigo provérbio português “Cuidar da vida que a morte é certa.” Falar da morte não é assunto agradável, mas faz parte da história de cada um. As estatísticas afirmam morrerem mais de cem pessoas por minuto no mundo, chegando a mais de cinquenta milhões por ano. A primeira vez que senti a crueldade e a dor causadas pela morte foi quando perdi meu avô Francisco vítima de atropelamento, isso aos onze anos de idade. A palavra morte aparece 311 vezes na Bíblia, sem contar as variantes mortandade, morticínio, ou mesmo o verbo morrer. A morte é a maior evidência da queda do homem, e veio como consequência da sua desobediência ao Criador, que dissera a Adão: "De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá." (Gênesis 2:17) Paulo, apóstolo, afirma que a morte entrou no mundo pelo pecado "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram." (Romanos 5:12) A Bíblia distingue três tipos de morte: física, espiritual e segunda morte.

A MORTE FÍSICA

"Porque o salário do pecado é a morte." (Romanos 6:23)

A Morte física afeta apenas o corpo. O pastor e teólogo Walter Brunelli afirma que "A morte física é a ruptura do equilíbrio biológico-físico-químico, indispensável à manifestação da vida.” (1) A morte física termina na ressurreição do corpo.

A MORTE ESPIRITUAL

"Ele (Cristo) lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados." (Efésios 2:1)

O renomado teólogo A.H. Strong escreveu que a morte espiritual é "A perda da semelhança moral com Deus [...]; a depravação da natureza moral e religiosa do homem (o declínio do seu intelecto, a corrupção dos seus sentimentos e a escravização da sua vontade)." (2) A morte espiritual é a separação do homem e Deus por causa do pecado; significa culpa pelo pecado e corrupção (O pecado é uma influência corruptora na vida. Somos impuros em pensamentos, palavras e ações).

A SEGUNDA MORTE (MORTE ETERNA)

“Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo." (Apocalipse 20:14 e 15)

É chamada segunda morte porque vem depois da primeira - a morte física. Os salvos em Cristo não sofrerão a segunda morte por causa da ressurreição e do arrebatamento, mas os não salvos irão passar pela segunda morte - a separação definitiva de Deus.

Paulo, apóstolo, esclarece que a obra redentora de Cristo, fruto da graça de Deus, destruiu a morte, trazendo vida e imortalidade. "Mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus. Ele não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho." (II Timóteo 1:9 e 10) Jesus Cristo se revelou glorificado e triunfante a João, dizendo: "Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último e aquele que vive. Estive morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno." (Apocalipse 1:17 e18)  

A morte faz parte de nossas vidas neste mundo, milhares morrem todos os dias e milhões todos os anos, mas aqueles que estão em Cristo viverão com Ele eternamente. "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." (Apocalipse 21:4) Portanto, a morte é o último inimigo que Cristo irá destruir. 

Paulo, apóstolo, escrevendo aos crentes de Corinto disse: "Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E então virá o fim, quando ele entregar o Reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte." (I Coríntios 15:20-26) 

"Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem." (verso 20) Cristo foi o primeiro homem que ressuscitou com corpo glorificado, a ressurreição dos salvos será semelhante; "Visto que a morte veio por um homem, também  por um homem veio a ressurreição dos mortos." (verso 21) O pecado de Adão trouxe morte e corrupção para toda a raça humana, mas Cristo trouxe vida e ressurreição. A expressão "Em Adão, todos morrem" (verso 22) se refere à mortalidade da raça humana pelo parentesco que tem com o seu progenitor Adão; "Todos serão vivificados em Cristo." (verso 23)  Deus, o Pai, vivificou a Cristo, e na sua vinda todos os salvos serão vivificados; "E então virá o fim [...] Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés." (versos 24 e 25) O Fim entende-se a consumação de todas as coisas. Antes disso, Cristo vai reinar e subjugar tudo o que se opõe a Deus. Ele vai destruir todo domínio, autoridade e poder. É por isso que no mundo espiritual existe uma tremenda oposição à igreja e aos salvos. A nossa oração deve ser sempre "Venha o Teu reino" (Mateus 6:10); "O último inimigo a ser destruído é a morte." (verso 26) A morte será extinta e não tocará em mais ninguém. 

No livro "O Peregrino", de John Bunyan, os personagens Cristão e Esperança, no fim de suas jornadas vislumbram a cidade eterna – a Jerusalém celestial, e se deparam com um rio muito profundo e sem pontes para atravessá-lo. Então os anjos lhes dizem: se vocês não atravessarem o rio, não alcançarão as portas da cidade. Esse rio representa a morte, somente Enoque e Elias não precisaram atravessá-lo. No culto fúnebre da minha avó Amélia foi cantado seu hino predileto “Com Tua mão segura bem a minha”, e uma das estrofes do hino diz: "E se chegar à beira desse rio/Que Tu por mim quiseste atravessar/Com tua mão segura bem a minha/E sobre a morte eu hei de triunfar."

Essa é a grande esperança de todo aquele que crê e confessa Jesus Cristo. 

A Deus toda a glória!

JSF

1 – Brunelli, Teologia para Pentecostais, Vol.04, pg. 171; 2 – Strong, Teologia Sistemática, Vol. II, pg. 201

Citações da Bíblia Nova Almeida Atualizada - SBB 

   

terça-feira, 6 de outubro de 2020

 

BATALHA ESPIRITUAL

 

Paulo, apóstolo, escreveu da prisão em Roma a carta aos efésios, tratando dos padrões cristãos para a vida pessoal de cada seguidor de Jesus Cristo, para a vida de comunhão na igreja e para o lar cristão. É, portanto, uma carta instrucional, na qual realça a habitação do Espírito de Deus em nós, o que torna possível alcançar esse padrão, porém não descartando uma intensa batalha espiritual que será travada. E por que essa batalha espiritual na vida cristã? “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais.” (Efésios 6:12) O mundo todo está debaixo do poder do maligno, daí ser denominado mundo tenebroso. A Bíblia diz: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.” (I João 5:19) Os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso e as forças espirituais do mal estão sob o comando do diabo, a antiga serpente, Satanás, o nosso adversário; Jesus Cristo o chamou de “príncipe do mundo”, quando disse: “Já não falarei muito com vocês, porque aí vem o príncipe do mundo, e ele não tem poder sobre mim.” (João 14:30) O mundo invisível e espiritual é tão real quanto o mundo físico que vemos.

A batalha espiritual é uma grande luta, e não devemos entrar nessa luta sem nos fortalecermos no poder de Jesus Cristo; Paulo escreve: “Quanto ao mais, sejam fortalecidos no Senhor (Jesus Cristo) e na força do seu poder.” (Efésios 6:10) O cristão não pode fortalecer a si próprio, mas precisa receber poder do alto; não uma única vez, mas sempre. Precisa viver em comunhão diária com Cristo, pois Ele disse: “porque sem mim vocês não podem fazer nada.” (João 15:5b) Não vamos subestimar a força do adversário, mas viver em constante comunhão com Cristo, receber do Seu poder, e então lutar com as armas de Deus.

Paulo descreve a armadura de Deus composta de seis peças, sendo cinco de defesa e uma de ataque, e diz: "Vistam-se com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo.” (Efésios 6:11) referindo-se a uma armadura completa para ser usada o tempo todo. Por “ciladas do diabo” entendemos os meios astutos do adversário, suas artimanhas e sutilezas, que constituem a primeira dificuldade da luta. O adversário é espiritual e sem a armadura de Deus nós seremos derrotados, daí precisarmos estar preparados o tempo todo e, principalmente, no “dia mal” (Efésios 6:13) quando o adversário prepara um ataque completo contra nós. Não fomos instruídos para atacar o diabo, mas para resisti-lo: “Portanto, sujeitem-se a Deus, mas resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês.” (Tiago 4:7)   

A armadura de Deus – as peças de defesa:

1 – “Portanto, fiquem firmes, cingindo-se com a verdade...” (Efésios 6:14a)

A ordem das peças é a mesma na sequência em que o soldado romano as vestia. Antes da armadura ser vestida, as roupas de baixo do soldado deveriam estar bem presas ao corpo por uma cinta. A verdade na frente - Cristo é a verdade!

2 – “...e vestindo a couraça da justiça.” (Efésios 6:14b)

A justiça de Cristo atribuída a nós - tudo o que Ele fez por nós. Isaías profetizou sobre Ele como sendo o guerreiro celestial: “Vestiu-se de justiça, como de uma couraça” (Isaías 59:17a) 

3 – “Tenham os pés calçados com a preparação do evangelho da paz”  (Efésios 6:15)

Nossos pés estão plantados na paz de Cristo. O evangelho traz essa paz ao coração. O soldado romano possuía cravos na sola para lhe darem firmeza na batalha. O evangelho da paz, da mesma forma, nos dá firmeza.

4 – “segurando sempre o escudo da fé, com o qual poderão apagar todos os dardos inflamados do Maligno.” (Efésios 6:16)

Os dardos eram incendiários; há registro histórico de um soldado romano que foi atingido por duzentos e vinte dardos em seu escudo durante uma batalha. Os dardos, na batalha espiritual, são as dúvidas. A dúvida é o maior ataque à nossa fé, não se opõe a ela, mas pode destrui-la. Precisamos do escudo da fé.  

5 – “Usem também o capacete da salvação...” (Efésios 17a)

O capacete do soldado romano era feito de bronze ou ferro. A peça que protege a nossa mente é a salvação em Jesus Cristo. Essa salvação compreende a justificação no nosso passado, a santificação no nosso presente e a glorificação no nosso futuro. O retorno de Jesus Cristo é o capacete da nossa salvação, a nossa proteção; devemos nos lembrar que Ele voltará para nos levar, e essa grande esperança nos protege de toda notícia destruidora.

A armadura de Deus – a peça de ataque:

6 – “...e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.” (Efésios 6:17b)

A Palavra de Deus é comparada na Bíblia a uma “espada de dois gumes” (Hebreus 4:12) A Palavra de Deus é a espada do Espírito, porque é dada pelo Espírito. Quando enfrentou o diabo no deserto, Cristo usou a Palavra de Deus. (1)

Paulo acrescenta: “Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo de oração e súplica, e para isto vigiem com toda perseverança e súplica por todos os santos.” (Efésios 6:18)  É como se dissesse vistam-se da armadura de Deus com oração. Precisamos exercitar a oração e a súplica em todas as suas formas. Nas batalhas modernas é fundamental o domínio dos ares; quem tem esse domínio leva vantagem. Precisamos em nossas batalhas espirituais, estarmos o tempo todo em contato com o nosso comandante. “Não é a ovelha orando que o diabo treme, mas é a presença do pastor.” (2) O nosso comandante é Jesus Cristo, poderoso nas batalhas. Ele venceu, e com Ele venceremos também. 

    

A Deus toda a glória!


JSF


Citações da Bíblia Nova Almeida Atualizada - SBB 

1 – Mateus 4:1-10; 2 – A. W. Tozer   


domingo, 17 de maio de 2020



A NECESSIDADE DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO

Temos muitas necessidades que ao serem supridas tornam possível a nossa existência como seres humanos, algumas dessas necessidades são imprescindíveis, outras não. Precisamos de oxigênio; precisamos ser amados desde a gestação para atingirmos o pleno desenvolvimento como pessoas. Entretanto, no rol das necessidades humanas não vamos encontrar a necessidade de aceitação do evangelho de Jesus Cristo, muito embora seja a maior de todas as necessidades. Jesus Cristo foi categórico ao afirmar “Quem crer (no evangelho) e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Marcos 16:16) Devemos então admitir a necessidade de aceitarmos o evangelho de Jesus Cristo. E é missão da igreja de Jesus Cristo pregar esse evangelho a todas as pessoas.
No livro de Atos lemos a história de um homem chamado Cornélio, centurião romano que morava na cidade de Cesareia, muito piedoso, temente a Deus,  e que ajudava os pobres e orava continuamente. Um dia teve uma visão por volta das três horas da tarde, conforme relata o texto bíblico: “Esse homem observou claramente durante uma visão, cerca da hora nona do dia, um anjo de Deus, que se aproximou dele e lhe disse: Cornélio! Este, fixando nele os olhos, e possuído de temor, perguntou: Que é Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus.” (Atos 10:3 e 4) A religiosidade de uma pessoa nem sempre é desaprovada por Deus; a de Cornélio, por exemplo, era notória nos céus, mas isso não atestava seu conhecimento e aceitação do evangelho de Jesus Cristo. Essa visão se deu provavelmente enquanto ele orava a Deus. Quando oramos, Deus se revela a nós de diferentes maneiras ou através de manifestação sobrenatural como foi no caso de Cornélio. Sobre a oração há um imperativo bíblico “Orai sem cessar.” (I Tessalonicenses 5:17) A oração de Cornélio subiu a Deus como a fumaça subia nos sacrifícios da Antiga Aliança; alguém disse que as orações de Cornélio tinham “eficácia sacrificial”. Não devemos julgar as pessoas religiosas que não compartilham das mesmas crenças que nós, mas que são tementes a Deus. Quando Cornélio tem essa visão, reage com temor ante o sobrenatural, mas demonstra fé e obediência ao atender o pedido do anjo de Deus, que lhe diz: “Agora envia mensageiros a Jope, e manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele está hospedado com Simão, o curtidor, cuja residência está situada à beira-mar.” (Atos 10:5 e 6) Enquanto os mensageiros enviados por Cornélio vão ao encontro de Pedro em Jope, este tem uma visão: “Então viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra, e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro; mata e come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor, porque jamais comi cousa alguma comum e imunda. Segunda vez a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum. Sucedeu isto por três vezes e logo aquele objeto foi recolhido ao céu.” (Atos 10:11-16) Através dessa visão Deus estava querendo libertar Pedro dos seus escrúpulos e preconceitos quanto à religião judaica e aos gentios, e lhe mostrar que poderia comer qualquer coisa que lhe fosse oferecida. Nem a comida dos gentios, nem os gentios deveriam ser considerados imundos. Na igreja de Jesus Cristo todos os escrúpulos e toda hesitação ou dúvida de consciência foram cancelados por Deus, agora tanto judeus quanto gentios fazem parte de um mesmo corpo - a igreja de Jesus Cristo. Se ainda temos escrúpulos e preconceitos, precisamos nos libertar como Pedro foi liberto.  
Pedro recebe os homens enviados por Cornélio e vai com eles à sua casa em Cesareia; quando chega, Cornélio lhe diz o motivo pelo qual mandou chamá-lo. Pedro então lhes fala do evangelho, reconhecendo que Deus não faz acepção de pessoas, mas a todos aceita; neste ínterim o Espírito Santo de Deus é derramado sobre Cornélio e todos os que estão em sua casa. (Atos 10:17-48)
Deus não tem favoritos, mas aceita a todos que o buscam e se chegam a Ele. O evangelho torna a necessidade de salvação possível graças à expiação dos nossos pecados por Jesus Cristo, através da sua morte na cruz. A nossa culpa foi paga. Se Cornélio tivesse dito 'Meus atos meritórios: temor a Deus, esmolas e orações são suficientes para obter para mim e minha casa o favor de Deus, e não preciso desse evangelho', com certeza não teria sido aceito por Deus e nem encontrado a salvação que há em Jesus Cristo.
Uma vida virtuosa é aceitável aos olhos de Deus quando reconhecemos a nossa insuficiência, e pela fé recebemos o evangelho proclamador da graça de Deus. Uma vida piedosa, religiosa e de temor a Deus, não é suficiente para a salvação. Cornélio desejou ouvir o evangelho e quando ouviu aceitou de coração, não somente ele, mas toda a sua casa. E essa decisão foi confirmada com a descida do Espírito Santo de Deus sobre todos, sendo depois batizados nas águas.
Você leitor talvez pergunte: o que preciso fazer para receber a salvação? 
Creia em Jesus Cristo como o Filho de Deus, que veio a este mundo para entregar a sua vida em resgate da nossa. Nisso consiste a nossa salvação. Creia, aceite e seja salvo.
A Deus toda a glória!
JSF

Citações da Bíblia Tradução de Almeida Revista e Atualizada no Brasil - SBB