quarta-feira, 28 de agosto de 2019


A INDESTRUTÍVEL PALAVRA DE DEUS

François Marie Arouet, pensador francês (1694-1778), mais conhecido como Voltaire protagonizou o Iluminismo, movimento intelectual e filosófico que dominou a Europa no século XVIII. Voltaire, além de rico, influente, uma celebridade na época, foi crítico acirrado do Cristianismo. Escreveu muitas obras entre poemas, romances, peças de teatro, ensaios e outros. Afirmou que a Bíblia e a religião não seriam mais aceitas no prazo de cem anos, ironicamente um século após ter dito isso a Sociedade Bíblica de Genebra comprou a editora e a casa onde morou, iniciando ali um depósito e a impressão de Bíblias. A afirmação de Voltaire de que a evolução da ciência tornaria a Bíblia um livro esquecido não se cumpriu, pelo contrário seus livros estão nas prateleiras de muitas bibliotecas esperando para serem lidos, enquanto a Bíblia está sendo lida por milhões de pessoas no mundo inteiro. A Palavra de Deus sempre sofreu ataques e críticas dentro e fora do Cristianismo, sejam de intelectuais liberais, da mídia, de acadêmicos e de pessoas comuns. Hoje os críticos acadêmicos, na maioria teólogos e estudantes de teologia e religião confrontam a Palavra de Deus sob o disfarce de jargões piedosos, tradições religiosas e suposta espiritualidade.
O método histórico-crítico de estudo da Bíblia, desde o século XIX, tem contribuído para a rejeição de sua origem divina e da sua autoridade sobrenatural. Até certo ponto ajuda no seu entendimento, mas a torna como um “objeto de estudo” sem nenhuma base de fé, e os estragos estão por aí: rejeição dos aspectos sobrenaturais, relatos são considerados ficção, o nascimento virginal de Jesus e seus milagres são reinterpretados como simbólicos ou figurados, Sua ressurreição não é considerada histórica e relevante para os dias de hoje. E o pior é saber que emergem do meio acadêmico influenciando a igreja e destruindo a fé de muitos. Alguns desses venenos acadêmicos foram muito bem descritos por Michael Kotch no seu artigo ‘Crítica Bíblica Disfarçada’ publicado pela Revista Chamada da Meia-Noite.

1º - DESPREZO PELA BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS

“A Bíblia é importante, mas é excessivamente trabalhoso ocupar-se com ela.”

Em 2017 a Sociedade Bíblica do Brasil produziu 7.949.000 exemplares entre Bíblias e Novos Testamentos e tem como meta até 2020 ultrapassar 10.000.000 de exemplares. Hoje, no mundo, aproximadamente 5,5 bilhões de pessoas tem acesso à Bíblia completa em seus idiomas. Estima-se que apenas 300.000.000 de pessoas não tem acesso às Escrituras, sejam Bíblias, Novos Testamentos ou porções bíblicas. Nunca foi tão fácil obtermos traduções bíblicas de alta qualidade, Bíblias de Estudo, em áudio, e através de aplicativos na internet. Apesar dessa facilidade toda hoje se lê menos a Bíblia do que em séculos anteriores. Todo cristão considera a Bíblia o livro mais importante, porém consome mais tempo na internet ou assistindo filmes do que lendo e estudando a Palavra de Deus. Em 2011 a revista americana Christianity Today concluiu que 22% dos cristãos evangélicos conservadores nunca leem a Bíblia, 50% de vez em quando, e menos de 25% a leem regularmente. Nova pesquisa em 2017 confirmou essa tendência. 
 
2º - JESUS VERSUS PAULO 

“Esta afirmação só encontramos em Paulo, mas eu não creio em Paulo, creio em Jesus.”

Pode ser modismo o fato de muitos cristãos hoje demonstrarem uma simpatia especial pelas palavras de Jesus desprezando os demais apóstolos, principalmente o apóstolo Paulo. Os Red-letter Christians (Cristãos das letras vermelhas) usam Bíblias nas quais as palavras de Jesus aparecem em vermelho. Para esses apenas as palavras de Jesus têm validade e não a dos demais autores bíblicos. Os pais da igreja já repudiavam essa prática contrária à inspiração da Bíblia.  As instruções de como deve ser a vida cristã e de como a igreja deve proceder são encontradas nas cartas de Paulo e nos discursos de Jesus nos evangelhos. Não existe confronto entre Jesus e Paulo, apenas complementação. Tudo isso são manobras para contornar as declarações incômodas do Novo Testamento sobre homossexualidade, submissão da mulher, vida conjugal, e outros assuntos.

3º - ESPÍRITO CONTRA ESCRITURA

“Deus conduz seus filhos de forma individual e pessoal. É perigoso limitar Deus às declarações da Bíblia.”

Há uma interpretação equivocada das palavras de Paulo em II Coríntios 3:6, onde se lê que “a letra mata, mas o espírito vivifica.” O apóstolo está se referindo aos métodos de tratamento divino através da lei e do Espírito Santo. Hoje muitas declarações bíblicas são ignoradas e se espera receber instruções diretamente dos céus. São falsas manifestações do Espírito Santo que destoam da Palavra de Deus: profecias especulativas, revelações e interpretações particulares, e outras aberrações que se contrapõem à Palavra por exemplo, um casal cristão se separa e ambos se sentem conduzidos a contraírem novas núpcias, mesmo sabendo que a Bíblia não apoia o divórcio e o novo casamento. A base para todas as nossas decisões deve ser as Escrituras.

4º - O PODER DO SISTEMA TEOLÓGICO E DOUTRINÁRIO

“Por sabermos que Deus ensina a predestinação, o livre-arbítrio, temos de interpretar esta passagem bíblica de outra forma.”

A teologia bíblica, a teologia sistemática, o método histórico-crítico, ou qualquer outro método de estudo das Escrituras nos auxiliam em sua compreensão, entretanto todos eles foram construídos pela mente humana. Na verdade, se precisássemos de um sistema teológico Deus nos teria dado um. É bom seguirmos uma linha teológica ou doutrinária, mas é perigoso desprezarmos aqueles que não compartilham do nosso sistema. Afirmações como: “Os adventistas do sétimo dia são uma seita”, “Os católicos que não se converterem vão pro inferno”, jamais deveriam ser ditas. A Palavra de Deus não cabe dentro de um sistema teológico, e muitos querem colocá-la no mesmo nível. A Bíblia contém tudo o que precisamos saber para a nossa fé, e o que não foi revelado não se deve especular.

5º - PAIXÃO PELA CIÊNCIA

“É verdade que a Bíblia proíbe este procedimento, mas diante dos conhecimentos da moderna pedagogia, psicologia, arqueologia etc., precisamos hoje adotar outros critérios para isso.”

Desde o Iluminismo até hoje cada vez mais pessoas consideram a ciência como garantia de conhecimento objetivo e seguro. Contesta-se a Bíblia porque suas afirmações nem sempre são conciliáveis com os conhecimentos do momento sobre arqueologia, biologia, história e outros ramos do saber. Daí muitos cristãos ficarem em dúvida se confiam na ciência ou na Palavra de Deus. A psicologia e a psicoterapia científica consideram que a possessão demoníaca é mais um erro de diagnóstico ou se deve a circunstâncias existenciais; a disciplina física de crianças é rejeitada porque a pedagogia moderna diz outra coisa. Muitos abrem mão da veracidade da Bíblia para aceitarem o que a ciência afirma naquele momento. A teoria do conhecimento sustenta que a ciência nunca consegue formular verdades absolutas, e a história da ciência demonstra que dificilmente uma verdade de qualquer ciência que tenha discordado da Bíblia, se manteve por muito tempo.

6º - O FATOR CULTURAL

“Na cultura da Antiguidade, esse procedimento tinha um importante significado. Como, no entanto, vivemos hoje em uma cultura diferente, esse costume se tornou incompreensível. Não estamos mais sujeitos a ele. Eventualmente, porém, deveríamos observar o princípio subjacente.” 

Existe uma tendência entre teólogos, pregadores e professores da Bíblia em fazerem longas explicações detalhadas da época bíblica, dos povos bíblicos etc., com a intenção de inverter alguma declaração bíblica. Os detalhes são necessários para uma melhor compreensão do texto, mas não se pode deturpar o sentido de uma declaração bíblica, porque cada declaração está dentro de um contexto histórico-cultural, e a maioria dessas constatações não tem nada a ver com a validade da declaração para aquela época. Deus fala ao homem por meio da Sua Palavra e isso vale para todas as épocas. A Bíblia é atemporal, ou seja, não depende do tempo, e transcende a tudo. “As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre.” (Salmo 119:160) A ceia, por exemplo, é uma reinterpretação da Páscoa judaica; no contexto religioso-cultural do judaísmo o simbolismo do vinho e do pão como carne e sangue de um animal sacrificado era conhecido de todos, não faz sentido abolirmos a ceia porque esses costumes judaicos não são conhecidos em nossa sociedade. Os dez mandamentos foram dados em uma situação histórico-cultural específica, mas isso não influi na validade permanente dos mandamentos para todas as épocas.

Percebemos então que todos os sistemas de teologia e métodos de estudo bíblico nos auxiliam a entender a Palavra de Deus, mas devemos rejeitar uma interpretação da Bíblia segundo o espírito e conveniência da época atual. Nem sempre a Palavra de Deus vai corresponder ao pensamento e gosto do que está em moda no momento. Devemos nos afastar de todas essas formas de crítica velada e deturpação das Escrituras Sagradas. Se não discernirmos esses venenos e aberrações nossa confiança em Deus e na Sua Palavra será destruída. 

“Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” (II Timóteo 3:16)

“Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos.” (II Timóteo 4:3)

“E se recusarão dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” (II Timóteo 4:4)

A Deus toda a glória!

JSF

Citações da Bíblia Tradução de Almeida Revista e Atualizada - SBB              

quarta-feira, 15 de maio de 2019



O LIVRAMENTO DO SENHOR
(Salmo 34) 

Neste salmo Davi fala de um grande livramento dado por Deus. Quando compôs o salmo já havia sido escolhido para ser o próximo rei de Israel, sendo ungido pelo profeta Samuel na casa de seu pai Jessé a mando do Senhor; também já havia enfrentado e matado o gigante filisteu Golias, e se tornado um herói nacional passando a integrar o exército do rei Saul, e se casado com Mical, filha do rei. No entanto, Saul o persegue para matá-lo e Davi foge para Gate, uma cidade dos filisteus. Quando chega a Gate é reconhecido por sua fama e porque o consideravam rei em Israel, além de saberem uma canção a seu respeito que dizia “Saul feriu milhares, Davi dez milhares”, por isso teme o rei Aquis e é levado à sua presença na iminência de ser preso ou morto, então se finge de louco riscando os portões da cidade e deixando sua saliva escorrer pela barba. O rei fica indignado e diz aos seus servos: Este homem está louco, por que vocês o trouxeram para mim? Já não bastam os loucos no meu palácio e vocês me trazem mais um? Com isso Davi é expulso da presença do rei e consegue sair da cidade. Esta narrativa está registrada no primeiro livro de Samuel capítulo vinte e um. 
Vamos considerar quatro atitudes de Davi, as quais devemos imitar se quisermos desfrutar de uma vida íntima com o Senhor e ser por ele socorrido.

1 – A determinação de Davi em louvar o Senhor e chamar outros a fazer o mesmo.

“Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (verso 1)
“Engrandecei o Senhor comigo e todos à uma lhe exaltemos o nome” (verso 3)
Bendizer o Senhor em todo o tempo, em toda circunstância, em cada ocasião. Diz a Bíblia que Davi foi um homem “segundo o coração de Deus” (I Samuel 13:14), talvez porque louvasse o Senhor em toda e qualquer circunstância de sua vida.

2 – A necessidade de Davi buscar o Senhor para o livrar dos seus medos e das suas aflições.

“Busquei o Senhor e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores” (verso 4)
“Clamou este aflito, e o Senhor o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações” (verso 6)
“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. Oh! Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia” (versos 7 e 8)
Os temores e os medos de Davi o assombravam. No verso 5 ele diz “Contemplai-o e sereis iluminados”, Davi era íntimo do Senhor através da oração e da adoração. A comunhão com Deus transforma. Quando Moisés desceu do monte após ter falado com Deus, diz a Bíblia que seu rosto resplandecia (Êxodo 34:29) O Senhor livrou a Davi de todas as suas tribulações. O anjo do Senhor e o nome de Deus são usados como sinônimos na Bíblia, por isso o crente tem a sensação de que Deus o rodeia ou paira sobre ele, daí não ter o que temer.

3 – Davi temia o Senhor.

“Temei o Senhor, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem. Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam o Senhor bem nenhum lhes faltará” (versos 9 e 10)
Temer a Deus é obedecê-lo com devoção. O salmista diz que é feliz todo aquele que se refugia no Senhor. Os que confiam no Senhor não tem falta de nada. “O Senhor é meu pastor e nada me faltará” (Salmo 23:1) Quem confia na sua própria força come como os filhos dos leões, ou seja, lhes falta comida, mas os que confiam no Senhor de nada tem falta.
“Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor” (verso 11)
Davi passa a falar o que é preciso fazer para temer o Senhor: refrear a língua do mal, não falar com falsidade, se afastar do mal, praticar o que é bom, procurar a paz e se empenhar por alcançá-la.

4 – Davi declara sua confiança no Senhor.

“Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor” (verso 15)
Os “olhos do Senhor” representam o zelo e a proteção do Senhor, o Senhor vê o que está oculto; “seus ouvidos” levam a sério as nossas orações.
“Clamam os justos, e o Senhor os escuta e os livra de todas as suas tribulações. Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido” (versos 17 e 1 8)
“Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra” (verso 19)
Davi tinha essa certeza atestada em sua vida. Mais tarde o Senhor Jesus vai dizer aos seus discípulos “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33)
Há uma grande diferença entre o justo e o ímpio, este será condenado enquanto aquele será favorecido pelo Senhor, portanto todo justo deve bendizer o Senhor, buscar o Senhor, temer o Senhor e confiar no Senhor.

A Deus toda a glória!

JSF

Citações da Bíblia Tradução de Almeida Revista e Atualizada - SBB     
     
    

terça-feira, 16 de abril de 2019



SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18)

Um dos aspectos mais importantes para a espiritualidade cristã é uma vida cheia do Espírito Santo de Deus. Você já deve ter ouvido a expressão divisor de águas, que é uma espécie de fronteira que separa duas regiões drenadas cada uma por uma bacia hidrográfica formada por um rio principal e todos os seus afluentes; as localidades mais elevadas, as montanhas, de onde correm as águas são os divisores dessas águas, pois as águas de duas bacias hidrográficas vizinhas não se misturam. Da mesma maneira, infelizmente, percebemos que na igreja de Jesus Cristo, que é o seu corpo na terra, existem dois grupos de cristãos: os que são cheios do Espírito Santo tornando-se fortes, frutíferos e vitoriosos; e os que são fracos por não buscarem a plenitude do Espírito tornando-se infrutíferos, sempre correndo atrás das bênçãos e amealhando muitas derrotas. Não deveria ser assim, pois “Há somente um corpo e um Espírito”. (Efésios 4:4)
Desde a antiguidade o ser humano tem tentado fugir das suas preocupações e frustrações buscando alegria e divertimento nas bebidas alcoólicas. A Bíblia Sagrada não exige uma abstinência completa dessas bebidas, a não ser quando se exigia abstinência no voto especial de consagração a Deus dos nazireus, como o foram Samuel, Sansão e João Batista por exemplo; o apóstolo Paulo também exortou a Timóteo e a Tito que pedissem aos líderes da igreja que se abstivessem do vinho, principalmente os bispos. (I Timóteo 3 e Tito 1) A decisão de beber é deixada à consciência de cada um, porém a Bíblia Sagrada fala contra a embriaguez, e um dos textos mais relevantes sobre esse assunto está no livro de Provérbios. (Provérbios 23:20-35) A embriaguez associava-se também à possessão por Dionísio, o deus do vinho para os gregos, e Baco para os romanos. Os adoradores mais ativos dessa divindade eram conhecidos por causa de suas orgias regadas com muita bebida e muito sexo pervertido. No Brasil essa entidade demoníaca tem o seu equivalente Zé Pelintra, oriundo da mitologia africana e incorporado à nossa cultura. São divindades diabólicas que levam à embriaguez.
O texto bíblico em questão, escrito pelo apóstolo Paulo aos cristãos de Éfeso, menciona o termo dissolução na tradução de Almeida; outras traduções usam os sinônimos libertinagem, desgraça, contenda e devassidão; há uma marca de cerveja chamada Devassa. Esses termos descrevem as consequências da embriaguez. Na parábola do filho pródigo o filho mais moço, o pródigo, esbanja todos os seus bens “vivendo dissolutamente”. (Lucas 15:13) É triste a situação dos beberrões que sucumbem à embriaguez. Ao escrever essa carta, o apóstolo Paulo não se limita ao aspecto negativo da embriaguez, nem se porta como um desmancha-prazeres ou moralista denunciante dos maus costumes, e muito menos faz apologia da bebida, seu intuito é propor algo incomparavelmente superior – uma embriaguez que não provém da bebida, mas do Espírito Santo de Deus. A alegria proporcionada pela bebida é uma alegria que logo acaba, mas a alegria resultante da plenitude do Espírito Santo é uma alegria que permanece.
Ser cheio do Espírito Santo é viver em um patamar espiritual muito elevado, sem qualquer comparação, portanto, todo membro do corpo de Cristo precisa ser cheio do Espírito Santo. No dia de Pentecostes Pedro citou o cumprimento da profecia de Joel de que o Espírito Santo seria derramado sobre toda a carne. (Atos 2: 16-21) João, o discípulo amado, em seu evangelho relata que no último dia da Festa dos Tabernáculos, que acontecia em Jerusalém, “...levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem, pois o Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”. (João 7:37-39) Quando Jesus disse “fluirão rios de água viva” referia-se ao dom do Espírito Santo que seria derramado. Ser cheio do Espírito Santo é ter cada área da vida habitada e controlada por ele; é encher-se de Cristo, encher-se de Deus. 

POR QUE PRECISAMOS SER CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO?

1 – Para termos um ajudador até que Jesus Cristo volte para nos buscar.

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros”. (João 14:16-18) Consolador, parakletos no grego, que significa “alguém que é chamado ao lado” como ajudador ou defensor.

2 – Para nos ensinar todas as coisas e nos fazer lembrar das palavras de Jesus.
“mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. (João 14:26)

3 – Para dar vida aos nossos corpos mortais.
“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos, vivificará também os vossos corpos mortais, por meio do seu Espírito que em vós habita”. (Romanos 8:11) Todos caminhamos para a morte, mas se o Espírito Santo habitar em nós seremos vivificados por ele, ou seja, ressuscitaremos no último dia.

4 – Para não pecarmos
“Andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência (desejos) da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne”. (Gálatas 5:16,17) Nesse capítulo o apóstolo Paulo cita quinze pecados pelos seus nomes e outros semelhantes não identificados.

5 – Para guerrearmos contra toda a malignidade.
“Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”. (Efésios 6:17)

6 – Para Deus poder habitar em nós.
“Acaso não sabeis que o vosso corpo é o santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? (I Coríntios 6:19) “A nossa casa é o nosso corpo, nós moramos dentro do nosso corpo”. Paulo, apóstolo, chama essa casa de “a casa terrestre deste tabernáculo”. (II Coríntios 5:1) O Espírito Santo em nós é Deus morando conosco.

Todo cristão deve desejar o batismo do Espírito Santo, que é o início de uma vida cheia do Espírito. No novo nascimento somos selados com o Espírito Santo para o dia da nossa redenção, como afirma o apóstolo Paulo “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”. (Efésios 4:30) O selo nos marca como propriedade de Deus, mas a plenitude do Espírito Santo precisamos buscar.
Josué, no Antigo Testamento, e Paulo no Novo, são exemplos de homens cheios do Espírito Santo e que por isso venceram batalhas. Quando Moisés estava para morrer o Senhor lhe falou “Toma a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe a mão”. (Números 27:18) Josué liderou o povo de Israel na conquista da terra prometida enfrentando muitas batalhas com êxito, pois o Senhor lhe falara “Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo: não te deixarei nem te desampararei”. (Josué 1:5) O apóstolo Paulo foi cheio do Espírito Santo logo após sua conversão na estrada de Damasco, quando Ananias lhe impôs as mãos “Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”. (Atos 9:17) E isso o fez suportar tudo o que sofreu por causa do evangelho de Jesus Cristo “Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas, uma vez apedrejado, em naufrágio três vezes, uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias muitas vezes; em fome e sede, em jejuns muitas vezes; em frio e nudez. Além das cousas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas”. (II Coríntios 11:24-28)
Dos lugares mais elevados da terra, as montanhas, correm os veios de água pura que vão se tornar em grandes rios. A obra do Espírito Santo em nós é comparada a “rios de água viva”, e Deus quer nos dar dessa água viva. “Há somente um corpo e um Espírito”, então vivamos nesse corpo cheios desse Espírito. Quando estivermos cheios do Espírito Santo seremos saudáveis no nosso corpo, espírito, mente e emoções; produziremos o fruto do Espírito e receberemos seus dons; e seremos abençoados, prósperos e mais que vencedores.

A Deus toda a glória!

JSF

Citações da Bíblia Tradução de Almeida Revista e Atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil. 

quarta-feira, 6 de março de 2019



UMA FÉ NUTRIDA PELA PALAVRA DE DEUS

Um dos aspectos vitais para a espiritualidade do cristão é possuir uma fé sustentada pela Palavra de Deus. A vida cristã pressupõe uma fé sustentável, ou seja, que se mantem viva a partir da Palavra de Deus, e devendo ser nutrida diariamente. “A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver” .(Hebreus 11:1) A procedência e o destino da fé estão em Jesus Cristo, e é por meio dele que a fé começa, se mantém e é aperfeiçoada, portanto devemos olhar fixamente para ele como diz a Palavra:  “Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa”. (Hebreus 12:2)
Pela fé nos apropriamos das promessas de Deus, a exemplo de Abrão que creu quando recebeu a promessa de que iria para uma terra desconhecida, de que seria pai na sua velhice,  constituindo uma grande nação “Certo dia o Senhor Deus disse a Abrão: - Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei. Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você será uma benção para os outros. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. E por meio de você eu abençoarei todos os povos do mundo”. (Gênesis 12:1-3) Deus é fiel para cumprir o que promete, daí precisarmos crer nas suas promessas. Abrão creu, por isso tornou-se Abraão, a despeito das circunstâncias e condições totalmente desfavoráveis ao cumprimento das promessas que recebera de Deus. Saiu para onde Deus o enviara, mas ao mesmo tempo não sabia ao certo para onde ia; viveu errante, como peregrino, sem habitação fixa; pisou a terra prometida, mas não a possuiu; esperou em Deus mesmo não tendo motivo para essa esperança, conforme o apóstolo Paulo escreveria depois “Abraão teve fé e esperança, mesmo quando não havia motivo para ter esperança...” (Romanos 4:18), e creu que seria pai de muitas nações. A fé nas promessas de Deus é a condição primeira para tornar a vida com Deus possível; precisamos crer como creu nosso pai espiritual Abraão – “o pai da fé”, que tornou-se justo por causa da sua fé, sendo aceito por Deus.
E para que serve a fé então, e qual é a sua finalidade e utilidade? Em primeiro lugar, como já mencionamos, a fé é a certeza de que vamos receber o que nos foi prometido por Deus; é também a prova imaterial das coisas que ainda não vemos; é gerada pela pregação a respeito de Jesus Cristo: “Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo” (Romanos 10:17); foi dada por Deus ao seu povo compreendendo toda a verdade do evangelho, como escreveu Judas, não o Iscariotes: “Então senti que era necessário escrever agora para animá-los a combater a favor da fé que, uma vez por todas, Deus deu ao seu povo” (Judas 3); é um escudo que apaga todos os dardos do maligno, uma proteção contra essas setas incendiárias: “E levem sempre a fé como escudo, para poderem se proteger de todos os dardos de fogo do Maligno”. (Efésios 6:16)
A fé ultrapassa a razão, mas sua base está na razão. “A fé que não passa pelo cadinho da razão, não é fé, é superstição”. Abraão creu em Deus, e sua confiança decorria da sua segurança nas promessas de Deus. Abraão sabia que Deus tinha poder para fazer o morto reviver, e que era fiel para cumprir cada uma das suas promessas, o apóstolo Paulo menciona isso na sua carta aos Romanos.  
A exemplo de Abraão, hoje podemos desfrutar de todas as promessas de Deus, e com privilégios ainda maiores: possuímos a Bíblia completa, que contém toda a revelação de Deus; sabemos que Jesus Cristo já morreu, ressuscitou e está assentado à direita do Pai intercedendo por nós; participamos da igreja de Jesus Cristo, que é o seu corpo; e somos habitados pelo Espírito Santo de Deus. Ah se Abraão vivesse tudo isso!
Eu e você, portanto, se queremos viver uma vida com e para Deus, precisamos de uma fé sustentável, nutrida diariamente pela sua Palavra. Eu já faço isso há muito tempo, e você? Se ainda não faz, comece agora.  

A Deus toda a glória!

JSF

Citações bíblicas da Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Sociedade Bíblica do Brasil.