TRIUNFANDO SOBRE A MORTE
Nenhum ser humano resiste à morte, que é certeira e inevitável.
Alguns evitam falar sobre a morte por considerarem assunto indesejável, e outros
ao ouvir a palavra morte dizem "Vira essa boca pra lá." Minha avó Ignez repetia sempre um antigo provérbio português “Cuidar da vida que a morte é
certa.” Falar da morte não é assunto agradável, mas faz parte da história de
cada um. As estatísticas afirmam morrerem mais de cem pessoas por
minuto no mundo, chegando a mais de cinquenta milhões por ano. A primeira vez
que senti a crueldade e a dor causadas pela morte foi quando perdi meu avô Francisco vítima de atropelamento, isso aos onze anos de idade. A palavra morte
aparece 311 vezes na Bíblia, sem contar as variantes mortandade, morticínio, ou
mesmo o verbo morrer. A morte é a maior evidência da queda do homem, e veio como
consequência da sua desobediência ao Criador, que dissera a Adão: "De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá." (Gênesis 2:17) Paulo, apóstolo, afirma que a morte
entrou no mundo pelo pecado "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram." (Romanos 5:12) A Bíblia distingue três tipos de morte: física,
espiritual e segunda morte.
A MORTE FÍSICA
"Porque o salário do pecado é a morte." (Romanos 6:23)
A Morte física afeta apenas o corpo. O pastor e teólogo
Walter Brunelli afirma que "A morte física é a ruptura do equilíbrio
biológico-físico-químico, indispensável à manifestação da vida.” (1) A morte
física termina na ressurreição do corpo.
A MORTE ESPIRITUAL
"Ele (Cristo) lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados." (Efésios 2:1)
O renomado teólogo A.H. Strong escreveu que a morte
espiritual é "A perda da semelhança moral com Deus [...]; a depravação da
natureza moral e religiosa do homem (o declínio do seu intelecto, a corrupção
dos seus sentimentos e a escravização da sua vontade)." (2) A morte espiritual
é a separação do homem e Deus por causa do pecado; significa
culpa pelo pecado e corrupção (O pecado é uma influência corruptora na vida.
Somos impuros em pensamentos, palavras e ações).
A SEGUNDA MORTE (MORTE ETERNA)
“Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo." (Apocalipse 20:14 e 15)
É chamada segunda morte porque vem depois da primeira - a morte física.
Os salvos em Cristo não sofrerão a segunda morte por causa da ressurreição e do arrebatamento, mas os não salvos irão passar pela segunda morte - a separação definitiva de Deus.
Paulo, apóstolo, esclarece que a obra redentora de Cristo, fruto
da graça de Deus, destruiu a morte, trazendo vida e imortalidade. "Mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus. Ele não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho." (II
Timóteo 1:9 e 10) Jesus Cristo se revelou glorificado e triunfante a João,
dizendo: "Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último e aquele que vive. Estive
morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno." (Apocalipse 1:17 e18)
A morte faz parte de nossas vidas neste mundo, milhares morrem todos os dias e milhões todos os anos, mas aqueles que estão em Cristo viverão com Ele eternamente. "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." (Apocalipse 21:4) Portanto, a morte é o último inimigo que Cristo irá destruir.
Paulo,
apóstolo, escrevendo aos crentes de Corinto disse: "Mas, de fato, Cristo
ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição
dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E então virá o fim, quando ele entregar o Reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte." (I Coríntios 15:20-26)
"Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem." (verso 20) Cristo foi o primeiro homem que ressuscitou com corpo glorificado, a ressurreição dos salvos será semelhante; "Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos." (verso 21) O pecado de Adão trouxe morte e corrupção para toda a raça humana, mas Cristo trouxe vida e ressurreição. A expressão "Em Adão, todos morrem" (verso 22) se refere à mortalidade da raça humana pelo parentesco que tem com o seu progenitor Adão; "Todos serão vivificados em Cristo." (verso 23) Deus, o Pai, vivificou a Cristo, e na sua vinda todos os salvos serão vivificados; "E então virá o fim [...] Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés." (versos 24 e 25) O Fim entende-se a consumação de todas as coisas. Antes disso, Cristo vai reinar e subjugar tudo o que se opõe a Deus. Ele vai destruir todo domínio, autoridade e poder. É por isso que no mundo espiritual existe uma tremenda oposição à igreja e aos salvos. A nossa oração deve ser sempre "Venha o Teu reino" (Mateus 6:10); "O último inimigo a ser destruído é a morte." (verso 26) A morte será extinta e não tocará em mais ninguém.
No livro "O Peregrino", de John Bunyan, os personagens Cristão e Esperança, no fim de suas jornadas vislumbram a cidade eterna – a Jerusalém celestial, e se deparam com um rio muito profundo e sem pontes para atravessá-lo. Então os anjos lhes dizem: se vocês não atravessarem o rio, não alcançarão as portas da cidade. Esse rio representa a morte, somente Enoque e Elias não precisaram atravessá-lo. No culto fúnebre da minha avó Amélia foi cantado seu hino predileto “Com Tua mão segura bem a minha”, e uma das estrofes do hino diz: "E se chegar à beira desse rio/Que Tu por mim quiseste atravessar/Com tua mão segura bem a minha/E sobre a morte eu hei de triunfar."
Essa é a grande esperança de todo aquele que crê e confessa Jesus Cristo.
A Deus toda a glória!
JSF
1 – Brunelli, Teologia para Pentecostais, Vol.04, pg. 171; 2
– Strong, Teologia Sistemática, Vol. II, pg. 201
Citações da Bíblia Nova Almeida Atualizada - SBB